GEOMARKETING
Átila
Mendes Costa, João Adamor Dias Neves
O
marketing tem sido definido como uma ciência do comportamento que explica as
relações de troca que acontecem em um dado espaço geográfico entre distintos
grupos e indivíduos, de tal maneira que as partes implicadas obtenham a
satisfação de suas necessidades e desejos (CHASCO, 2003).
Devido
a seu caráter multidisciplinar, o marketing, em geral, tem incorporado elementos de outras disciplinas como a
matemática, estatística, psicologia, sociologia, política, etc. Uma dessas
incorporações é a geografia, que introduz
no campo do marketing a dimensão espacial dos fenômenos socioeconômicos
que analisa.
Para
Chasco (2003) a geografia humana oferece ao marketing a consideração do homo
economicus como um ser que tem, além de tudo, uma dimensão espacial. Segundo Boudot (1999), com a crescente
capacidade e possibilidade dos
computadores, e a partir do fato que aproximadamente 80% de qualquer
tipo de informação poder ser georeferenciada, surge então uma conseqüência
natural, o geomarketing, que por sua
vez, ocupa esse lugar comum entre a geografia e o marketing, mesmo se tratando
de um conceito mais amplo, que engloba outros elementos e ciências, como a
informática, estatística, cartografia, urbanismo e economia.
De
maneira geral, o geomarketing pode ser conceituado como um sistema integrado por dados, programas informáticos
de tratamento, métodos estatísticos e
representações gráficas, destinados a produzir informações úteis aos
tomadores de decisões econômicas, através de instrumentos ilustrativos que
combinam a cartografia digital, gráficos
e tabelas (LATOUR e FLOC’H apud CHASCO, 2003).
Conforme
Boudot (1999), as três principais aplicações do geomarketing são: (1) guiar a
estratégia da firma oferecendo indicadores precisos, mostrando os pontos fortes
e fracos da empresa, indicando mercados
potenciais, e dando dicas precisas sobre tendências do mercado; (2)
proporcionar à gerência de vendas uma melhor coordenação do crescimento da empresa; (3) proporcionar à
gerência comercial uma representação espacial de indicativos de mercado, dessa forma
possibilitando que o tomador de decisões concentre o crescimento de sua firma na área mais
adequada.
Para
Chasco (2003), a missão do geomarketing consiste em abordar os quatro elementos
do mix de marketing (produto, comunicação, distribuição, e preço) por uma
perspectiva espacial subjacente a todos eles. Assim, a dimensão espacial se
manifesta neste processo em que um produto (bem ou serviço) deve ser comunicado
ao público através de meios promocionais (por exemplo, um painel publicitário),
assim como distribuído em diferentes meios de transporte para sua devida
comercialização nos pontos de venda, com um preço que muitas vezes está
condicionado por questões relativas a localização (uma rua, um centro
comercial, uma cidade, etc).
Pode-se
concluir que uma das principais utilizações do geomarketing pelas empresas é indicar cartograficamente onde estão seus
clientes, qual a concentração deles por área, e como eles se relacionam
espacialmente com os pontos de venda. Além de serem freqüentes também análises
relativas à concentração de empresas, a fim de traçar parâmetros de
concorrência.
Fonte
- Texto adaptado do artigo: Geomarketing e pequenas empresas: análise espacial
dos postos de combustível de Fortaleza - www.anpad.org.br/