A Análise SWOT em nosso dia a dia
Pedro Papastawridis
No âmbito do processo de Planejamento
Estratégico, assim que estejam definidas a missão, a visão e os valores
organizacionais, é necessária uma análise da situação da empresa. O motivo é
bem simples e a paráfrase das palavras de Sun Tzu (autor de A Arte da Guerra),
elucidativa: “Conheça o seu concorrente e a si próprio, pois, assim, sua
vitória nunca será posta em risco”.
Em vista disso, há diversas
metodologias padronizadas ou customizadas que as empresas utilizam para
conhecer a si mesmas e ao ambiente competitivo onde estão inseridas. Uma das
mais aplicadas, por seu caráter intuitivo e adaptabilidade aos mais diversos
segmentos econômicos, é a Matriz SWOT.
A Matriz SWOT (ou FOFA, em Português),
é um método de diagnóstico que visa à identificação do quadro geral de uma
organização frente ao seu ambiente competitivo sob as perspectivas interna
(pontos fortes e fracos) e externa (ameaças e oportunidades). Todavia, essa
matriz não se propõe somente a descrever a empresa, mas também para indicar
soluções estratégicas. Além disso, a referida metodologia pode ser combinada
com outras que se proponham a diagnosticarem e/ou formularem estratégias.
A chave para uma análise SWOT
bem-sucedida reside na relevância e objetividade dos critérios que serão
considerados: relevância, porque cada indústria possui um conjunto de fatores
críticos de sucesso para os seus integrantes; e objetividade, pois demanda
parâmetros qualitativos e quantitativos que possam ser tratados sob uma
perspectiva histórica e comparados com a concorrência. Nesse contexto, o
suporte do processo de Inteligência Competitiva é fundamental.
No âmbito dos fatores externos da
Matriz SWOT, as oportunidades são eventos que, uma vez aproveitados pela
empresa, permitem a alavancagem competitiva. Por sua vez, as ameaças são
eventos que, se não forem eliminados ou mitigados, podem afetar negativamente o
desempenho organizacional. Para subsidiar a análise dos fatores externos, um
dos modelos mais completos é utilizado em Marketing, desdobrando-se conforme a
seguir:
A – Macroambiente (variáveis
incontroláveis)
1.
Variável política;
2.
Variável legal;
3.
Variável tecnológica;
4.
Variável econômica;
5.
Variável demográfica;
6.
Variável social;
7.
Variável cultural;
8.
Variável natural.
B – Microambiente (variáveis
controláveis)
1.
Concorrentes (já existentes na indústria, novos entrantes e de produtos
substitutos);
2.
Clientes;
3.
Fornecedores;
4.
Órgãos reguladores.
Quanto às variáveis internas, a
empresa dispõe de pontos fortes, que potencializam a sua capacidade
competitiva, e os pontos fracos, que debilitam essa capacidade. Nesse momento
da análise SWOT, ter senso crítico é fundamental, na medida em que poucas
organizações gostam de expor seus pontos fracos. Contudo, são essas
organizações relutantes as primeiras a caírem, devido à sua “perfeição”.
Como resultado das análises
realizadas, é possível a formulação de quatro cenários estratégicos que
servirão de ponto de partida para a etapa de formulação estratégica. São eles:
1.
Sobrevivência → quando há predominância de ameaças e pontos fracos.
2.
Manutenção → quando há predominância de ameaças e pontos fortes.
3.
Crescimento → quando há predominância de oportunidades e pontos fracos.
4.
Desenvolvimento → quando há predominância de oportunidades e pontos
fortes.
Por fim, e reiterando a adaptabilidade
da metodologia, a Matriz SWOT pode ser empregada em processos de autoanálise
pessoal. Afinal de contas, não há patrimônio maior que o próprio ser humano.