quinta-feira, 24 de julho de 2014

A Análise SWOT em nosso dia a dia

Pedro Papastawridis




No âmbito do processo de Planejamento Estratégico, assim que estejam definidas a missão, a visão e os valores organizacionais, é necessária uma análise da situação da empresa. O motivo é bem simples e a paráfrase das palavras de Sun Tzu (autor de A Arte da Guerra), elucidativa: “Conheça o seu concorrente e a si próprio, pois, assim, sua vitória nunca será posta em risco”.

Em vista disso, há diversas metodologias padronizadas ou customizadas que as empresas utilizam para conhecer a si mesmas e ao ambiente competitivo onde estão inseridas. Uma das mais aplicadas, por seu caráter intuitivo e adaptabilidade aos mais diversos segmentos econômicos, é a Matriz SWOT.

A Matriz SWOT (ou FOFA, em Português), é um método de diagnóstico que visa à identificação do quadro geral de uma organização frente ao seu ambiente competitivo sob as perspectivas interna (pontos fortes e fracos) e externa (ameaças e oportunidades). Todavia, essa matriz não se propõe somente a descrever a empresa, mas também para indicar soluções estratégicas. Além disso, a referida metodologia pode ser combinada com outras que se proponham a diagnosticarem e/ou formularem estratégias.

A chave para uma análise SWOT bem-sucedida reside na relevância e objetividade dos critérios que serão considerados: relevância, porque cada indústria possui um conjunto de fatores críticos de sucesso para os seus integrantes; e objetividade, pois demanda parâmetros qualitativos e quantitativos que possam ser tratados sob uma perspectiva histórica e comparados com a concorrência. Nesse contexto, o suporte do processo de Inteligência Competitiva é fundamental.

No âmbito dos fatores externos da Matriz SWOT, as oportunidades são eventos que, uma vez aproveitados pela empresa, permitem a alavancagem competitiva. Por sua vez, as ameaças são eventos que, se não forem eliminados ou mitigados, podem afetar negativamente o desempenho organizacional. Para subsidiar a análise dos fatores externos, um dos modelos mais completos é utilizado em Marketing, desdobrando-se conforme a seguir:

A – Macroambiente (variáveis incontroláveis)



1.  Variável política;

2.  Variável legal;

3.  Variável tecnológica;

4.  Variável econômica;

5.  Variável demográfica;

6.  Variável social;

7.  Variável cultural;

8.  Variável natural.



B – Microambiente (variáveis controláveis)

1.  Concorrentes (já existentes na indústria, novos entrantes e de produtos substitutos);

2.  Clientes;

3.  Fornecedores;

4.  Órgãos reguladores.

Quanto às variáveis internas, a empresa dispõe de pontos fortes, que potencializam a sua capacidade competitiva, e os pontos fracos, que debilitam essa capacidade. Nesse momento da análise SWOT, ter senso crítico é fundamental, na medida em que poucas organizações gostam de expor seus pontos fracos. Contudo, são essas organizações relutantes as primeiras a caírem, devido à sua “perfeição”.

Como resultado das análises realizadas, é possível a formulação de quatro cenários estratégicos que servirão de ponto de partida para a etapa de formulação estratégica. São eles:

1.  Sobrevivência → quando há predominância de ameaças e pontos fracos.

2.  Manutenção → quando há predominância de ameaças e pontos fortes.

3.  Crescimento → quando há predominância de oportunidades e pontos fracos.

4.  Desenvolvimento → quando há predominância de oportunidades e pontos fortes.

Por fim, e reiterando a adaptabilidade da metodologia, a Matriz SWOT pode ser empregada em processos de autoanálise pessoal. Afinal de contas, não há patrimônio maior que o próprio ser humano.


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