quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Pesquisa de Hábitos de Consumo dos Frequentadores de Supermercado em Belo Horizonte


Iasmine Guidogli de Almeida Araújo




A pesquisa em questão foi realizada para a Associação Mineira de Supermercados (AMIS), entre os dias 01 a 08 de outubro de 2015. O objetivo deste estudo teve como foco o comportamento, perfil e demandas de frequentadores de supermercados em Belo Horizonte.

Em termos metodológicos, a pesquisa realizada foi de cunho quantitativo, utilizando como instrumento de coleta um questionário estruturado através de entrevistas pessoal domiciliar. Assim, durante o período da pesquisa, entrevistou-se 650 pessoas responsáveis pelas compras em supermercados. Nesta pesquisa priorizou-se o nível de confiança de 95%, com uma margem de erro de 5%.

A exposição da pesquisa foi realizada no dia 21 de outubro de 2015, na Convenção Mineira de Supermercados (Superminas), realizado no Expominas, em Belo Horizonte, sendo que esta é considerada o evento mais completo do setor supermercadista do Brasil. A Superminas reúne profissionais dos supermercados, atacadistas, e fornecedores para discutir as últimas tendências da área. Assim, a exposição da pesquisa dentro deste espaço, contribui para construção dos debates no âmbito supermercadista.

Ao elucidarmos os resultados da pesquisa, observamos que nos últimos três meses, 56,5% das pessoas mantiveram o consumo, 35% dos entrevistados diminuíram suas compras e apenas 8,5% aumentaram. De acordo com 32% dos consumidores, sua cautela no momento de fazer as compras está mais relacionada com a necessidade de economizar dinheiro, do que, realmente, a falta deste. A maioria dos entrevistados (53%) relacionam a diminuição nas compras com o aumento dos preços, já 5,6% relatam que a família está passando por problemas financeiros.

Relacionado ao fator econômico, a média do grau de confiança que os entrevistados possuem na melhoria da economia brasileira para 2016 foi de 3,95, em uma escala de 1 a 10.

Atualmente, como o esperado, o preço tornou-se fator determinante na escolha do supermercado, para 36,3% dos consumidores, enquanto 14,3% escolhem seu lugar de compra pela qualidade dos produtos ofertados. Outra vertente que influencia na escolha do supermercado, é a proximidade da casa do consumidor, sendo que este quesito foi citado por 11,7%, enquanto 6,6% preferem variedade. O “bom atendimento” também é um fator que influencia na hora de escolha, sendo este citado por 4,6% dos entrevistados.

Retratando a seção do supermercado que mais atrai o consumidor, 49% afirmaram ser a mercearia; apontaram para o açougue 12,8%; a hortifrúti foi citada por 6,5% dos pesquisados; já a seção de frios e laticínios foi apontada por 5,2% dos consumidores.

Ao serem questionados acerca do consumo de produtos sem glúten e sem lactose, 69,1% dos entrevistados afirmaram não fazer uso destes alimentos, contra 30,9% que utilizam estes produtos ofertados. Os entrevistados que desfrutam deste tipo de produto apontam que os mais consumidos são as bebidas não alcoólicas (34%) e os produtos da padaria (33%).

Com relação aos produtos orgânicos, a maior parte dos consumidores (58,8%) não são adeptos; no entanto, 41,2% dos entrevistados consomem este produto.  Os principais motivos para a compra destes itens é referenciado por serem mais saudáveis (49,7%), não possuírem agrotóxicos (26%), serem mais saborosos (8,5%); evitarem problemas de saúde (6,4%) e cultivo sustentável (6,1%). Foram citados também os principais fatores que pesam contra na hora de comprar orgânicos, sendo eles: a satisfação com produtos convencionais (37,4%), o preço (34,4%) e falta dos orgânicos nos supermercados (19%).

A maioria dos entrevistados (61,8%) acreditam que os supermercados “já vendem de tudo” que é necessário. A maior demanda não atendida pelos supermercados é a venda de gás de cozinha, assim, 3,8% dos consumidores gostariam que este produto fosse ofertado; e a venda de remédio foi apontada por 3,6%.

Sobre a entrega de compras em domicilio feita pelos supermercados é 36,5% dos entrevistados tem utilizado, enquanto 63,5% não usam esse serviço. Outro aspecto que merece ser mencionado é o fato de que ao serem questionados acerca de compras pela internet, 17% demonstraram interesse, enquanto 83% dos consumidores não se interessam.

Esta pesquisa, teve parte de seus dados comparados com a pesquisa de mercado operacionalizada em 1995. Em termos descritivos, o menor preço, influenciando o fator de compras, em 1995 foi citado por 40%, em 2015 caiu para 36,3% dos entrevistados. A proximidade da residência caiu de 22% para 11,7% como fator decisivo para a escolha da loja. O quesito variedade de marcas e produtos caiu de 10% para 6,6%. Por outro lado, os itens ofertas e qualidade dos produtos cresceram de 10% para 13,8% e de 7% para 14,3% respectivamente.

A pesquisa foi amplamente divulgada, assim como bem recebida pelo público presente na Superminas e também as demais pessoas que se interessam pelo consumo e suas implicações no âmbito econômico e social.


A pesquisa é facilmente acessada pela internet, seja através do site da AMIS (http://www.portalamis.org.br/?secao=noticias&id=1286), do site BH Eventos (http://www.bheventos.com.br/noticia/10-21-2015-consumidor-mantem-o-consumo-mas-esta-mais-cauteloso-mostra-pesquisa), jornal Hoje Em Dia (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/for%C3%A7a-do-campo/consumidor-adere-a-alimentac-o-organica-1.355802) ou jornal Estado de Minas (http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/10/22/internas_economia,700228/supermercados-esperam-vendas-fracas-no-natal.shtml).

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