Pesquisa de
Hábitos de Consumo dos Frequentadores de Supermercado em Belo Horizonte
Iasmine
Guidogli de Almeida Araújo
A pesquisa em questão foi realizada para a
Associação Mineira de Supermercados (AMIS), entre os dias 01 a 08 de outubro de
2015. O objetivo deste estudo teve como foco o comportamento, perfil e demandas
de frequentadores de supermercados em Belo Horizonte.
Em termos metodológicos, a pesquisa realizada
foi de cunho quantitativo, utilizando como instrumento de coleta um
questionário estruturado através de entrevistas pessoal domiciliar. Assim,
durante o período da pesquisa, entrevistou-se 650 pessoas responsáveis pelas
compras em supermercados. Nesta pesquisa priorizou-se o nível de confiança de
95%, com uma margem de erro de 5%.
A exposição da pesquisa foi realizada no dia
21 de outubro de 2015, na Convenção Mineira de Supermercados (Superminas),
realizado no Expominas, em Belo Horizonte, sendo que esta é considerada o
evento mais completo do setor supermercadista do Brasil. A Superminas reúne
profissionais dos supermercados, atacadistas, e fornecedores para discutir as
últimas tendências da área. Assim, a exposição da pesquisa dentro deste espaço,
contribui para construção dos debates no âmbito supermercadista.
Ao elucidarmos os resultados da pesquisa,
observamos que nos últimos três meses, 56,5% das pessoas mantiveram o consumo,
35% dos entrevistados diminuíram suas compras e apenas 8,5% aumentaram. De
acordo com 32% dos consumidores, sua cautela no momento de fazer as compras
está mais relacionada com a necessidade de economizar dinheiro, do que,
realmente, a falta deste. A maioria dos entrevistados (53%) relacionam a
diminuição nas compras com o aumento dos preços, já 5,6% relatam que a família
está passando por problemas financeiros.
Relacionado ao fator econômico, a média do
grau de confiança que os entrevistados possuem na melhoria da economia brasileira
para 2016 foi de 3,95, em uma escala de 1 a 10.
Atualmente, como o esperado, o preço
tornou-se fator determinante na escolha do supermercado, para 36,3% dos
consumidores, enquanto 14,3% escolhem seu lugar de compra pela qualidade dos
produtos ofertados. Outra vertente que influencia na escolha do supermercado, é
a proximidade da casa do consumidor, sendo que este quesito foi citado por
11,7%, enquanto 6,6% preferem variedade. O “bom atendimento” também é um fator
que influencia na hora de escolha, sendo este citado por 4,6% dos
entrevistados.
Retratando a seção do supermercado que mais
atrai o consumidor, 49% afirmaram ser a mercearia; apontaram para o açougue
12,8%; a hortifrúti foi citada por 6,5% dos pesquisados; já a seção de frios e
laticínios foi apontada por 5,2% dos consumidores.
Ao serem questionados acerca do consumo de
produtos sem glúten e sem lactose, 69,1% dos entrevistados afirmaram não fazer
uso destes alimentos, contra 30,9% que utilizam estes produtos ofertados. Os
entrevistados que desfrutam deste tipo de produto apontam que os mais
consumidos são as bebidas não alcoólicas (34%) e os produtos da padaria (33%).
Com relação aos produtos orgânicos, a maior
parte dos consumidores (58,8%) não são adeptos; no entanto, 41,2% dos
entrevistados consomem este produto. Os
principais motivos para a compra destes itens é referenciado por serem mais
saudáveis (49,7%), não possuírem agrotóxicos (26%), serem mais saborosos
(8,5%); evitarem problemas de saúde (6,4%) e cultivo sustentável (6,1%). Foram
citados também os principais fatores que pesam contra na hora de comprar
orgânicos, sendo eles: a satisfação com produtos convencionais (37,4%), o preço
(34,4%) e falta dos orgânicos nos supermercados (19%).
A maioria dos entrevistados (61,8%) acreditam
que os supermercados “já vendem de tudo” que é necessário. A maior demanda não
atendida pelos supermercados é a venda de gás de cozinha, assim, 3,8% dos
consumidores gostariam que este produto fosse ofertado; e a venda de remédio
foi apontada por 3,6%.
Sobre a entrega de compras em domicilio feita
pelos supermercados é 36,5% dos entrevistados tem utilizado, enquanto 63,5% não
usam esse serviço. Outro aspecto que merece ser mencionado é o fato de que ao
serem questionados acerca de compras pela internet, 17% demonstraram interesse,
enquanto 83% dos consumidores não se interessam.
Esta pesquisa, teve parte de seus dados
comparados com a pesquisa de mercado operacionalizada em 1995. Em termos
descritivos, o menor preço, influenciando o fator de compras, em 1995 foi
citado por 40%, em 2015 caiu para 36,3% dos entrevistados. A proximidade da
residência caiu de 22% para 11,7% como fator decisivo para a escolha da loja. O
quesito variedade de marcas e produtos caiu de 10% para 6,6%. Por outro lado,
os itens ofertas e qualidade dos produtos cresceram de 10% para 13,8% e de 7%
para 14,3% respectivamente.
A pesquisa foi amplamente divulgada, assim
como bem recebida pelo público presente na Superminas e também as demais
pessoas que se interessam pelo consumo e suas implicações no âmbito econômico e
social.
A pesquisa é facilmente acessada pela
internet, seja através do site da AMIS
(http://www.portalamis.org.br/?secao=noticias&id=1286), do site BH
Eventos
(http://www.bheventos.com.br/noticia/10-21-2015-consumidor-mantem-o-consumo-mas-esta-mais-cauteloso-mostra-pesquisa),
jornal Hoje Em Dia (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/for%C3%A7a-do-campo/consumidor-adere-a-alimentac-o-organica-1.355802)
ou jornal Estado de Minas
(http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/10/22/internas_economia,700228/supermercados-esperam-vendas-fracas-no-natal.shtml).
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