quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Comunicação no trabalho


*Mauro Azevedo de Ávila



Conhece a definição da palavra comunicação? Em essência, você certamente conhece. Mas vamos a sua definição conforme o dicionário Michaelis, que é longa, mas pode ser resumida como: "ação, efeito ou meio de comunicar. Aviso; participação; trato, amizade; reclamação, correspondência". Particularmente gosto desta parte: "Processo pelo qual ideias e sentimentos se transmitem de indivíduo para indivíduo, tornando possível a interação social."

A comunicação é realmente essencial se queremos manter laços com outras pessoas, sejam estes amorosos, de amizade, sociais, familiares ou profissionais.

Quando buscamos formas de nos comunicar, estamos buscando também meios de aproximação. Queremos nos expressar, ser entendidos e compreendidos. É gratificante quando explicamos determinada situação ou explicamos nosso ponto de vista e percebemos que a outra pessoa ou grupo de pessoas conseguiram compreender nossas ideias.

O contrário também é verdadeiro. Quando nosso ouvinte não entende o que dizemos, ficamos frustrados. Nos resta buscar outros meios de explicar, quem sabe até fazer um desenho se for o caso (funciona com crianças!).

No entanto, para que a comunicação realmente atinja seu objetivo, necessitamos de algo básico: um ouvinte. Óbvio? Nem tanto. Sabia que existe uma grande diferença entre escutar e ouvir? Vamos recorrer outra vez ao Michaelis. De modo simplificado, temos:
Escutar - Prestar atenção para ouvir; dar atenção.
Ouvir - Entender, perceber pelo sentido do ouvido; escutar o que alguém tem a alegar de fato e de direito; Dar ouvidos, escutar, prestar atenção.

Sim, existe uma grande diferença. E é exatamente esta diferença que vai delimitar a linha, muitas vezes tênue, entre escutar e ouvir. Ouvir requer sensibilidade, sentimento, empatia, humildade, paciência. Escutar é coisa que qualquer um faz, qualquer orelha sem cérebro escuta e depois vomita respostas prontas, simplistas, evasivas, impensadas, inapropriadas, indiferentes.

Levando tais considerações para a vida diária podemos dizer que o ato de escutar simplesmente não vai agregar nada para quem requer a atenção, ou expõe seu sentimento. Mas quando ouvimos a outra pessoa e, ao emitir nossa opinião ou ao responder um questionamento o fazemos com consciência de modo pensado e contemplativo, estamos dando valor ao outro, sendo amigos, amorosos, empáticos. Estamos ouvindo, de fato.

Em âmbito profissional a qualidade de saber comunicar-se e ser bom ouvinte durante um processo de comunicação pode fazer a diferença. Principalmente se exercermos uma função de liderança. Um líder deve saber comunicar suas intenções e suas ideias não só a seus superiores, mas principalmente a seus liderados. Do contrário estará pondo em risco o bom êxito do trabalho ou no mínimo a equipe terá maior dificuldade em realizar as tarefas, algo que pode ser cansativo e frustrante.

E mais ainda, um líder precisa saber ouvir, para emitir sua opinião ou mesmo a sua definição sobre um assunto, de forma pensada e assertada. Mas a cereja do bolo, o que vai fazer a grande diferença entre um líder e um líder medíocre, em relação ao saber ouvir, é a sua capacidade de demonstrar humanismo, ser empático, ser ético, ao ouvir. O líder que sabe ouvir, de modo a entender seu liderado, fazendo uma análise do todo, estará não só entendendo uma situação, mas também estará entendendo a melhor forma de aproveitar o potencial de cada um, promovendo oportunidades, aproveitando potencialidades, ajudando a desenvolver competências latentes. E, fazendo isso, estará desenvolvendo a si mesmo.

Mas, caso persista em manter um ponto de vista tacanho quanto a ouvir seus subordinados, de modo a entender e compreender suas necessidades e anseios, poderá estar perdendo bons profissionais e a longo prazo a sua própria carreira.

*Técnico em Administração

Fonte: www.administradores.com.br

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